Esse blog nasceu de um desejo profundo de homenagear essa incrível artista, Zélia Duncan... Aqui haverá sempre textos, músicas, letras, notícias, vídeos entre outras coisas sobre essa artista maravilhosa... Você é fã, gosta de suas músicas, acompanha a carreira da moça? Seja bem vindo (a)! Traga os amigos, puxa um banquinho, pega uma bebida e sinta-se em casa! Afinal, Amigo é casa!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Eu no Espaço


Falar de música? Hum…hoje não, seria tão óbvio para uma estréia. Desde que me ofereceram este espaço, fiquei com uma bolha no pensamento, um eco, uma liberdade escravizante. Como assim, fale do que quiser?. Então percebi que o que estava me causando o impasse era o espaço em si e a importância que isso tem na vida da pessoa.

Usamos tanto essas expressões: você está invadindo meu espaço, ou a clássica, esse espaço é pequeno demais para nós dois, aquela que parecia adolescente, mas que nunca nos deixa, eu preciso conquistar o meu espaço! Através do meu site, `as vezes ela vem em meio a uma verdadeira praga, você um dia também precisou de ajuda pra encontrar seu espaço…Mas gente, calma aí, isso é algo tão pessoal, uma decisão tão intransferível essa de ter um espaço! Antes de mais nada, só você sabe que diabo de espaço é esse a ser conquistado e que vai te satisfazer.

E há tantos tipos de espaço. Desde espaço no ônibus, na platéia, no restaurante, até seu ninho, sua palavra, sua presença no mundo, pelo menos no mundo que você escolheu. Escolheu? Em caso negativo, não precisa se sentir tão mal, pois saiba que a síndrome de quem já escolheu e até conquistou seu espaço também existe. A pessoa defende tanto aquilo que chama de seu espaço, que não consegue nunca mais sair dele, fica enclausurada no que antes era espaço e que se tornou uma clausura asfixiante. Algo como um artista que nunca aceita riscos e acaba fazendo sempre a mesma canção, por exemplo... Ops, música hoje não!

Esse exemplo acima me fez lembrar de um texto do Rilke, do livro Cartas a um jovem poeta, onde ele fala algo assim: se imaginarmos a existência humana como um quarto escuro, perceberemos que usamos apenas um cantinho desse quarto, pois ali nos sentimos seguros, e deixamos de explorar o resto, onde pode realmente estar a possibilidade de uma expansão verdadeira, portanto, muitas vezes, nós mesmos viramos um espaço desperdiçado.

Há ainda o espaço entre as pessoas, esse que tentamos transpor de tantas maneiras e é trabalho pra uma vida inteira. Então juramos ser metade de um amor, por exemplo, que só se completa no outro, como se fosse possível ser um, quando metade de nós é outra pessoa! Qualquer coisa pra não admitir a distância, o espaço intransponível e misterioso de ser único no mundo.

Mas isso também pode ser tão maravilhoso! Somos únicos, singulares, sozinhos e essa é nossa maior afinidade, o que diminui o espaço entre nós, nos tornando iguais. Não é uma espécie de conforto saber disso? Não nos aproxima finalmente?

Então vou entrar num acordo comigo. Este aqui vai ser um espaço de procuras, de questões, muito mais que de respostas. De refletir um pouco sobre as coisas, se emocionar com outras e, por que não, jogar uma conversinha fora vez em quando, que ninguém é de ferro!?


Zélia Duncan
Site Click21 Colunas
26/06/05


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