Esse blog nasceu de um desejo profundo de homenagear essa incrível artista, Zélia Duncan... Aqui haverá sempre textos, músicas, letras, notícias, vídeos entre outras coisas sobre essa artista maravilhosa... Você é fã, gosta de suas músicas, acompanha a carreira da moça? Seja bem vindo (a)! Traga os amigos, puxa um banquinho, pega uma bebida e sinta-se em casa! Afinal, Amigo é casa!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Crítica do Jornal O Globo à Zélia Duncan

.


Zélia Duncan leva seu 'planeta' a Niterói em DVD que festeja os 30 anos de sua carreira


Bernardo Araujo (bbaraujo@oglobo.com.br)

RIO - Hey! Uma levada dançante de guitarra e acordeom, num clima de baile cigano, meio Gogol Bordello, abre o DVD em que Zélia Duncan comemora seus 30 anos de idade, quer dizer, de carreira. Reforçada pelos sempre fofos John Ulhôa (guitarra) e Fernanda Takai (voz), a cantora niteroiense de sobrenome irlandês (emprestado da própria família) começa a festa, no Teatro Municipal de Niterói, com "Boas razões", sua versão de "De bonnes raisons", do francês Alex Beaupain, composta para a trilha do filme "Chansons d'amour", de 2007.

A salada russa de MPB-world music pode até não ser proposital, mas é a cara da cantora antes conhecida como Zélia Cristina, que ralou em bares de Brasília, de Niterói e até de Dubai por mais de uma década, até estourar com "Catedral" - versão de "Cathedral song", da britânica Tanita Tikaram, que, inevitável, fecha o DVD, na voz do povo orgulhoso da Cidade-Sorriso.

Mas as versões de Zélia não são só essas, as da música estrangeira, é claro. Uma ZD recente das mais interessantes é aquela que chafurda na moderna música paulista de Luiz Tatit, Chico César, Zeca Baleiro, Dante Ozzetti, Itamar Assumpção e outros. No show, que além de comemorar a efeméride é baseado no repertório do bom "Pelo sabor do gesto", de 2009, ela canta o humor melancólico de Tatit (em "Felicidade", um delicioso dilema de uma pessoa que não sabe por que está tão feliz); a poesia de Itamar e Alice Ruiz em "Duas namoradas"; o nonsense de Tom Zé e Moacyr de Albuquerque, em "Defeito 10: cedotardar", até desaguar na gloriosa "Borboleta", parceria dela com Marcelo Jeneci, Arnaldo Antunes e Alice Ruiz, uma ode à música - gravada ao vivo no DVD, com direito aos simpáticos vocais desafinados de Jeneci, e no estúdio na versão CD, com apenas Zélia se encarregando da voz.

Falando nisso, chega-se ao principal aspecto da bagunça toda, o musical: no auge aos 46 anos, Zélia sabe usar sua voz grave, de timbre facilmente reconhecível, de maneira a valorizar as melodias e interpretações, nunca parecendo querer tornar o meio mais importante do que a mensagem. Ela demonstra total conforto sozinha, com o violão ou o bandolim - que ilustra com cores vivas uma dupla de músicas de dupla Roberto-Erasmo, o lado B "I love you" - com direito a solo de trompete de boca - e o standard "Por isso eu corro demais".

Liderada pelo velho parceiro de Zélia Ézio Filho (baixo e direção musical), a banda, que tem ainda Webster Santos (guitarra, violão e outras cordas), Léo Brandão (teclado e acordeom) e Jadna Zimmermann (bateria, percussão e flauta), mostra versatilidade, transformando-se em outras sempre que necessário. No planeta Zélia Duncan isso acontece com muita frequência.

Fonte: AQUI!